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Artigos

31/05/2020

Coronavírus: operadoras de turismo brasileiras estimam prejuízo de R$11 bilhões em 2020

Em abril, 54% das empresas não realizou nenhuma venda

Viajando Direito (Foto: Pixabay)

O percentual de operadoras de turismo brasileiras que não realizou nenhuma venda chegou a 54% em abril, segundo a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa). A estimativa é que as perdas totais do segmento em 2020 possam chegar a R$ 11,3 bilhões, o que corresponde a 75% do faturamento de 2019, que somou R$ 15,1 bilhões. A causa da queda nas movimentações é a pandemia da Covid-19, que fez com que grande parte das pessoas desistissem de viajar ou adiassem seu planejamento. 

O fraco desempenho das vendas em abril deve representar perda de R$ 1,08 bilhão para o setor, estima a associação.

As vendas realizadas em abril foram principalmente para o segundo semestre de 2020 e para o ano que vem. Apenas 24% das empresas que conseguiram vender comercializaram algum pacote com embarque até julho.

O cenário representa uma situação mais grave que a de março, quando 45% das empresas do setor não venderam nenhum pacote.

A Braztoa compara que, para oito em dez empresas, o faturamento mensal foi equivalente a menos de 10% do registrado no mesmo mês do ano passado.

Retomada será lenta

As operadoras de turismo são empresas que montam pacotes e programas de viagens vendidos a consumidores pelas agências de viagens.

O setor prevê que a retomada das viagens internacionais será mais lenta que a dos embarques domésticos. Acrescenta que 58% das operadoras acreditam que vão vender pacotes nacionais no segundo semestre, enquanto 50% preveem que seja possível comercializar pacotes internacionais.

A pesquisa foi realizada em parceria com o Laboratório de Estudos em Sustentabilidade e Turismo da Universidade de Brasília (Lets/UnB), que também analisou o comportamento dos viajantes daqui para frente.

Os pesquisadores entrevistaram 1.136 pessoas de todos os estados. Elas realizaram mais de dez viagens nacionais nos últimos cinco anos. E 78% dos entrevistados também fizeram ao menos uma viagem internacional nos últimos cinco anos. A maioria dos participantes da pesquisa é de mulheres (70%), com alto nível de formação (predominantemente pós-graduação e ensino superior completo) e idade média de 41 anos.

Mais da metade dos entrevistados (56%) considera que o risco de se infectar em uma viagem em 2020 é alto. Segundo as respostas, 60% dessas pessoas alteraram planos de viagem em 2020 por causa da pandemia, sendo que 56% adiaram os planos e 36% cancelaram. Para 2021, 82% disseram ter a intenção de viajar e 76% afirmam não ter alterados seus planos.

Questões sanitárias foram consideradas primordiais para as viagens daqui para frente, e os entrevistados listaram que “segurança e ausência de risco à saúde” são os quesitos mais importantes que avaliarão na hora de decidir viajar, seguidos por vacina para o coronavírus, estabilidade financeira e controle sanitário.

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Fonte: Agência Brasil

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