Sempre aprecio ouvir histórias dos passageiros de décadas atrás, que costumavam usar suas melhores roupas para usufruir dos encantos de uma viagem de avião. Nasci na década de 1970, mas recordo que esperávamos com alegria a hora de embarcar, pois além de podermos visitar a cabine do comandante, ainda recebíamos uma maleta de plástico que continha as refeições ser vidas a bordo, a qual podíamos levar para casa. Naquela época, mesmo na classe econômica, as poltronas eram confortáveis e a comida servida, farta e variada.
Os anos passaram, e os aviões se equiparam com tecnologia de ponta, o que contribui para mais segurança aos passageiros. Entretanto, a cada dia, deparamos com distintas restrições durante o vôo. A alimentação piorou , as poltronas estão apertadas e, se quisermos um assento menos desconfortável e uma refeição satisfatória, somos obrigados a pagar por esse “novo benefício”.
Recentemente, li uma notícia que me deixou revoltada. Por meio dela, fiquei sabendo que empresas aéreas nacionais estão desligando o ar-condicionado quando o avião está em solo. O equipamento para de funcionar no momento em que a aeronave deixa o gate (ponte de embarque) e volta a ser ligado após a decolagem, o que demora 15 minutos.
Essa nova “redução de custo” não foi sequer informada aos passageiros. Em virtude do desconforto imposto de forma silenciosa pelas empresas, nós, ingênuos consumidores, de forma inadequada, tentamos mexer os dutos do teto, pensando numa maneira de solucionar o problema do calor intenso.
È usual a temperatura da aeronave se manter em 23 C. Em solo, após o desligamento do ar, há empresas que instruem a tripulação a religar a refrigeração somente se a temperatura chegar a 26c.
Nós últimos anos, fomos obrigados a nos submeter às várias restrições impostas a bordo. Todavia, torna-se inadmissível termos de aceitar, de forma passiva, a redução ou interrupção, mesmo que de forma temporária, do ar-condicionado quando a aeronave esta em terra .
Nós pagamos o preço da passagem imposta pela empresa aérea e, no mínimo, temos o direito ao que é básico e essencial a qualquer passageiro: ar-condicionado funcionando durante todo o período em que o passageiro estiver dentro da aeronave. Redução de custo assim é demais.
Não podemos admitir.