Desde que comecei a redigir a coluna “Viajando Direito”, busco esclarecer a vocês, leitores, os direitos e deveres dos passageiros e prestadores de serviços. Este mês compartilharei um “direito” que não está vinculado apenas à questão contratual, mas à necessidade pessoal do passageiro/consumidor em relação ao serviço aéreo contratado: medo de voar.
Vivemos em um mundo de rápidas transformações no setor aéreo que busca desenvolver grandes e velozes aeronaves, para proporcionar facilidade e comodidade aos seus clientes.
Apesar da demonstração estatística de que os acidentes aéreos correspondem a uma menor parcela em relação a outros tipos de acidente, por exemplo, automobilístico, essa informação não ajuda a diminuir a aversão que alguns passageiros têm de voar.
Nos últimos anos, constatamos lamentáveis tragédias aéreas nacionais e internacionais que envolveram centenas de passageiros brasileiros. Ao mesmo tempo, também foi constatado um aumento considerável de brasileiros que começaram a utilizar o transporte aéreo como meio de locomoção. Por esta razão e também com o intuito de amparar aqueles consumidores que têm algum receio ao utilizar o transporte aéreo, selecionei algumas dicas para tornar a viagem menos tensa e mais prazerosa:
Procure sair de casa com antecedência, para não ser necessário correr para pegar o voo, pois a ansiedade da correria pode aumentar na decolagem;
Não deixe de se alimentar normalmente, pois longos períodos sem comer causam descargas de adrenalina para manter o nível de açúcar no sangue, o que agrava a ansiedade;
A pior armadilha de quem tem medo é achar que está tendo alguma premonição, então não imagine que algo de ruim está prestes a acontecer;
O álcool não relaxa e traz efeitos colaterais indesejáveis (alteração de comportamento, sonolência e gastrite), não beba;
O corpo tenso faz com que você sinta as vibrações do voo com muito mais intensidade. O melhor a fazer é tentar relaxar e se deixar levar pelos movimentos;
Recline o assento. Ponha a mão sobre o abdômen e respire lentamente, segurando o ar por alguns segundos. Repita várias vezes;
Com prescrição médica, caso costume sentir desconforto, tome um tranqüilizante:
Crie uma boa atmosfera ao seu redor, tomando como base a tranquilidade dos comissários e tirando a concentração de seus sentimentos;
Não tenha vergonha de seus sentimentos e, assim que embarcar, conte à tripulação acerca de sua ansiedade; eles saberão dar todo o apoio necessário.
Estes conselhos aos passageiros não eximem as empresas aéreas da obrigação de continuar a desenvolver tecnologias de segurança, dar manutenção constante em suas aeronaves e treinamento a seus funcionários, para possam auxiliar, de forma efetiva, os passageiros que demonstram alguma inquietação antes e durante o trajeto aéreo.
O que sempre esperamos do transporte aéreo ou de qualquer outro tipo de transporte é que seja desempenhado de maneira eficaz e contínua, a fim de que satisfaça as partes contratantes: passageiros e empresas.