Restituição de bagagens, extravios e avarias são as principais reclamações dos passageiros que utilizam o transporte aéreo, segundo o ranking da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Os transtornos não se limitam somente aos usuários do sistema e afetam, também, toda a indústria, que gasta cerca de US$ 2,9 bilhões por ano para contornar tais situações. A supervisão e treinamento das equipes de handling, adequação da infraestrutura aeroportuária e investimento em sistemas de identificação e rastreamento de bagagens são algumas das soluções que podem contribuir para reduzir incidentes, custos e melhorar a eficiência da operação diária nos aeroportos.
Para o superintendente de Regulação Econômica da agência, Ricardo Bisinotto Catanant, estas iniciativas são uma forma sistêmica de resolver a questão do manuseio incorreto de bagagens. A agência procura identificar as falhas de mercado que justifiquem eventual regulação com regras e incentivos para melhoria da qualidade dos serviços prestados aos passageiros. “Em alguns casos, o arcabouço legal e regulatório vigente por vezes impede a implementação de ferramentas que promovam a eficiência no transporte de bagagens. Nesse contexto, a Anac trabalha para revisão das condições gerais de transporte, cuja proposta será submetida a um amplo processo de discussão pública”, explica o superintendente .
Recentemente, a Anac coletou dados de extravio, furto e indenização de bagagem para subsidiar estudos para formulação da nova legislação e verificou que as empresas nacionais tinham índices menores que a média global, conforme dados disponibilizados no Relatório de Bagagem da SITA. O superintendente da Agência destaca que avalia-se estipular na proposta da nova norma, que revisará as condições gerais de transporte, um monitoramento da qualidade da prestação dos serviços de transporte de bagagem.
A agência reguladora acompanha as reclamações do setor e autua as empresas que não entregam as malas no período certo ou deixam de indenizar os passageiros, além de fixar regras nos contratos de concessão para que os aeroportos concedidos implementem sistemas de automatização do manuseio, o que tem o potencial de melhorar o tempo de restituição, trazer maior controle das bagagens evitando extravios e maior segurança para a aviação decorrente da inspeção em até 100% das bagagens.
Modernização
Um dos aeroportos que investiu em modernização para aumentar a eficiência dos processos foi o GRU Airport, com a construção do Terminal 3 e do sistemas de bagagens BHS. O diretor de Operações do GRU Airport, comandante Miguel Dau, comenta que o processo de bagagem no aeroporto não é responsabilidade de um ente só, mas de todos os agentes envolvidos na operação. “O que precisa existir é um entrosamento entre toda a cadeia aeroportuária. Isso implica uma série de mudanças e procedimentos dentro do aeroporto que não se limita somente à modernização dos processos aéreos, mas envolve também a evolução das empresas aéreas e de handling que devem acompanhar esta evolução e se capacitar à altura”.
Para Dau, as empresas de Esatas têm uma papel importante neste processo. “Esta é uma variável do aeroporto que impacta diretamente na qualidade do serviço ofertado ao passageiro. Não entra só bagagem. Há limpeza de aeronave, serviço de água e esgoto da aeronave, o check-in e uma série de procedimentos que têm um impacto tremendo para o passageiro. As empresas que fazem handling são protagonistas de primeira linha nesta cadeia”, conclui.
Fonte: Portal Nacional de Seguros