Sempre aprecio ouvir histórias de algumas décadas atrás, quando muitos brasileiros tinham o cuidado em preparar suas melhores roupas para poderem usufruir os encantos dos trajetos aéreos.

Nasci na década de setenta, mas recordo que esperávamos com alegria poder viajar de avião, pois, além de poder visitar a cabine do comandante, ainda recebíamos uma maleta de plástico que continha as refeições servidas a bordo e podíamos levar para casa.

Era comum podermos usufruir o conforto das poltronas, mesmo na classe econômica, e refeições fartas e variadas.

Os anos se passaram e os aviões estão equipados com tecnologia de ponta que contribuiu, ainda mais, para segurança dos passageiros que optam por este tipo de transporte. Entretanto, a cada dia que passa, nos deparamos com distintas restrições durante o voo: a alimentação piorou,as poltronas estão apertadas e, se quisermos um assento confortável e uma refeição satisfatória, somos obrigados a pagar por este “novo benefício”.

Na semana passada, li em alguns jornais algo que me deixou revoltada: empresas aéreas nacionais estão desligando o ar condicionado que refresca a cabine de passageiro, quando o avião está no chão. O equipamento para de funcionar quando a aeronave deixa o gate (ponte de embarque) e volta a ser ligado após a decolagem, o que pode demorar 15 minutos.

Esta nova “redução de custo” não foi sequer informada aos passageiros. Em virtude do desconforto imposto de forma “silenciosa” pelas empresas, nós, ingênuos consumidores, de forma inadvertida, tentamos mexer nos dutos do teto – pensando ter havido algo errado.

É usual a temperatura da aeronave se manter em 23 º C. Em solo, após o “silencioso” desligamento do ar, há empresas que instruem a tripulação a religar o ar, somente se a temperatura chegar a 26 ºC.

Nos últimos anos, nós, consumidores, fomos obrigados a nos submeter às restrições da alimentação a bordo e à redução dos espaços das poltronas. Todavia, torna-se inadmissível termos que aceitar, de forma passiva, a redução ou interrupção, mesmo de forma temporária, do ar condicionado, quando a aeronave está no chão! Nós pagamos a passagem imposta pela empresa aérea e, no mínimo, temos o direito ao que é básico e essencial a qualquer passageiro: ar condicionado funcionando durante todo o período que tiver passageiros a bordo. Redução de custo, sem ar condicionado…é demais!!!!Não podemos admitir!!