Tirar um visto para viajar aos Estados Unidos está cada vez mais difícil. Segundo dados da embaixada norte-americana no Brasil, a taxa de recusa de vistos para visitantes brasileiros triplicou em 2016 em comparação com o ano anterior, saltando de 5,36% para 16,7%. Se comparada à taxa de recusa em 2014, o número é ainda mais impressionante: naquele ano, apenas 3,2% dos solicitantes tiveram o pedido recusado. Só no ano passado foram emitidos 495 mil vistos de não imigrantes na categoria B (negócios e turismo).
A Embaixada dos Estados Unidos não informa as razões das negativas, fornece apenas as estatísticas. Mas o principal fator apontado por profissionais que trabalham com auxílio na emissão de vistos é a crise econômica que atinge o Brasil de forma mais intensa desde 2015 – o que, em teoria, significa que mais pessoas estão buscando alternativas fora do Brasil.
“As exigências para conceder o visto não mudaram, mas com a crise econômica percebemos que há mais solicitantes sem condições de comprovar os vínculos com o país. São mais pessoas desempregadas ou autônomas, que muitas vezes têm mesmo a intenção de estabelecer vida lá”, avalia Carlos Hirao, gerente de uma empresa que oferece serviço de despachante há 17 anos.
E, de fato, mais brasileiros estão deixando o Brasil para viver no exterior. Segundo levantamento da Receita Federal, feito a pedido de VEJA, 18.342 famílias (ou pessoas) declararam em 2016 (as declarações são referentes a saídas ocorridas no ano anterior) que deixaram definitivamente o Brasil. Em 2011, este número foi de 7.346. Em relação às saídas ocorridas no ano passado, as declarações ainda estão sendo feitas, mas já totalizam 14.373.
De acordo com a Receita Federal, quando uma pessoa ou família sai do Brasil, ela informa ao governo uma única vez, portanto, as declarações não são sobrepostas.
O principal destino dos brasileiros que decidem morar em outro país é justamente os Estados Unidos, seguido de Canadá e Reino Unido. Segundo a Receita, no Estado de São Paulo, de onde sai em torno de 1/3 dos viajantes, a maioria é formada por funcionários de companhias do setor privado, seguidos por dirigentes, presidentes ou diretores de empresas industriais, comerciais ou de prestação de serviços e por proprietários de empresas ou firmas individuais.
Fonte: Veja.com