Com a pandemia de COVID-19, voar de avião se tornou uma experiência mais complexa: agora, é preciso usar máscara, apresentar atestado médico e passar várias horas nos controles antes de embarcar em aviões com equipes altamente protegidas.
Em tempos de coronavírus, o transporte aéreo sofre uma mudança ainda mais profunda do que aquela resultante dos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.
O setor está procurando soluções para reduzir os riscos à saúde, mas observadores alertam que o impacto da pandemia será profundo.
NOVAS REGRAS
A Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) definiu as novas regras sanitárias para embarcar em um avião, incluindo o uso obrigatório de máscara, controle de temperatura, ou desinfecção de superfícies.
Já a Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA) sugere o controle dos passageiros antes da viagem e deseja restringir o acesso aos aeroportos a profissionais e viajantes.
Os aeroportos devem facilitar a circulação dos passageiros, acelerar o embarque e a recuperação da bagagem e “proibir as filas de espera no banheiro” para garantir a distância física.
“A COVID-19 é o maior distúrbio da história da aviação. E sua recuperação será longa e progressiva”, diz o porta-voz regional da IATA, Albert Tjoeng.
Na Índia, onde os voos internos foram retomados nesta semana, os membros da tripulação usavam roupas de proteção, visores e luvas, mas, segundo a imprensa local, eles não tinham ideia de onde teriam de passar a quarentena após os voos.
A questão de deixar, ou não, assentos vazios entre os passageiros divide o setor.
A Japan Airlines e a Delta tomaram essas medidas, mas o presidente da companhia aérea irlandesa Ryanair, Michael O’Leary, considera isso uma ideia “idiota” que os levará à falência.
BOLHAS SANITÁRIAS
Prevendo mais de 84 bilhões de dólares em perdas para este ano, a IATA detectou começou a detectar alguns sinais de recuperação, com mais voos em abril e maio, mas ainda muito distante do nível anterior ao coronavírus.
Ainda pouco harmonizadas, as novas regras dificultam prever quando tirar férias no exterior. Além disso, muitos países ainda proíbem a chegada de não residentes, ou exigem quarentena.
Alguns países que conseguiram controlar a propagação do vírus, como Austrália e Nova Zelândia, estão buscando criar “bolhas”: acordos de reciprocidade, que facilitem as viagens entre zonas seguras.
China e Singapura instituíram “vias prioritárias” para alguns deslocamentos por negócios, ou oficiais. Ainda assim, muitos poderão optar por não viajar neste momento.