“Em janeiro, estive com minha família no resort Iberostar Bahia, na Praia do Forte. O atendimento foi excelente; a recreação, animada; e os apartamentos eram confortáveis. Mas, no penúltimo dia, tivemos uma decepção. Logo após a nossa visita ao projeto Tamar, onde assistimos a uma palestra sobre os animais marinhos em extinção, escolhemos o restaurante de cozinha mediterrânea do resort para jantar. Qual não foi a nossa surpresa ao verificarmos no menu que um dos pratos principais era o peixe mero, que está em extinção. Meu filho, indignado, não quis nem comer no restaurante. Diante do desrespeito ambiental vindo de um resort de nível internacional, até eu perdi a fome.”
Claudia Regina Voroniuk, Campo Mourão, PR.
O mero cresce lentamente e só começa a se reproduzir com 4 anos de idade. Como sua carne é muito saborosa, é cobiçado por restaurantes do mundo todo e tem valor comercial alto. No Brasil, capturar o mero é crime desde 2007.
O grupo Iberostar, por meio de seu assessor de impressa, Osmar Maduro, declarou que tudo não passa de um mal-entendido. “A inclusão do peixe mero no cardápio é um erro de tradução. Os cardápios são criados na Espanha, sede do grupo Iberoscar. Já estamos providenciando a correção, pois, na verdade, utilizamos nessa receita a pescada-amarela”, diz.
“É inconcebível que um resort parceiro de um projeto ambiental justifique seu relapso em virtude de um erro de tradução”, dia a advogada Luciana Atheniense, autora do livro Viajando Direito. Segunda ela, há várias possíveis agressões ao consumidor. Veicular e oferecer um prato que não corresponde ao que foi realmente servido são considerados publicidade enganosa. Se o hotel não comprovar que o peixe utilizado é mesmo a pescada-amarela, não o mero, a situação é pior. “O hotel deve fazer essa correção imediatamente”, diz Luciana.
Receitas pelo mundo que contrariam os códigos de defesa dos animais
Em 2009, a chef californiana Alice Waters, pioneira na divulgação da comida orgânica, declarou ao New York Times que, se ela pudesse escolher a ultima refeição de sua vida, ficaria com o prato chinês. Não levou em conta que, todo ano, 10 milhões de tubarões morrem por causa da captura de suas barbatanas.
Em restaurantes de Pequim, na China, as estranhas iguarias são consumidas por suas propriedades ditas “afrodisíacas”.
Infelizmente, ainda é um prato comum nas Ilhas Seychelles.
Hanói, no Vietnã, é um dos lugares onde mais se comem animais selvagens. Mais de 150 restaurantes se juntaram à ONG WWF para protestar contra a prática.
A carne do peixe, parecido com o budião, custa US$ 100 o quilo no leste da Ásia.
O torô, retirado da barriga dessa espécie, é vendido a preço de ouro em Tóquio. Cientista e WWF defendem a proibição da pesca.