Uma empresa americana desenvolveu um novo tipo de assento para aviões que dá o que pensar. Imagine uma poltrona que desliza para frente e para trás, permitindo o ajuste do espaço para as pernas. Ao apresentar a proposta, a B/E Aerospace defendeu que o espaço que ‘sobra’ em assentos ocupados por crianças ou adultos mais baixos pode ser aproveitado para dar mais conforto a pessoas que têm pernas mais longas. Mas as dúvidas sobre a viabilidade do projeto já se apresentam.
“Enquanto passageiros têm alturas diferentes – crianças, adolescentes, adultos, homens, mulheres –, o espaço entre as poltronas nos aviões de passageiros são geralmente uniformes, exceto perto das saídas de emergência. Esse arranjo no estilo “um tamanho serve para todos” pode causar desconforto para passageiros altos, enquanto uma criança ou um adulto relativamente baixo pode estar sentado em uma poltrona idêntica na mesma fileira com espaço mais do que amplo para as pernas”, afirmaram os inventores na solicitação de patente.
A empresa explica que a disposição do espaço reservado para cada passageiro será feita com base em informações fornecidas no momento do check-in. Desta forma, pessoas mais altas seriam colocadas na mesma fileira, perto de outra fileira com pessoas mais baixas. Os ajustes ficariam a cargo dos funcionários da companhia aérea e seriam feitos por meio de um dispositivo eletrônico, como um tablet, por exemplo. “Mesmo um aumento pequeno de espaço para passageiros altos pode oferecer conforto adicional sem perda de conforto para as pessoas mais baixas”.
Mas e a aplicação disso na prática?
O site Business Insider apontou obstáculos para a adoção de tal mecanismo nos voos. Um deles: como ficaria a situação de pessoas de alturas diferentes que viajam juntas? A aérea determinaria o espaço tendo como base a altura da pessoa mais alta do grupo ou teria de separar amigos ou familiares? O procedimento de ajustar as poltronas também poderia tomar mais tempo na preparação para o voo, o que pode não ser economicamente interessante para as empresas.
Outro fator muito importante a ser levado em conta é a disposição dos passageiros em colaborar com a mudança. Muitos podem ficar insatisfeitos por perderem espaço – até mesmo a decisão de reclinar os assentos é motivo de reclamação em muitos casos atualmente, lembra o Business Insider.
O pedido de patente não significa que o sistema será adotado por alguma companhia aérea algum dia. Mas como, de fato, os passageiros mais altos sofrem com a falta de espaço nos voos, a discussão acaba sendo justificável.
Fonte: UOL/Todos a Bordo