As companhias aéreas brasileiras parecem viver num mundo à parte e não na realidade do país. Como se não bastassem os valores abusivos cobrados pelas passagens, hoje há uma sinalização clara de uma cartelização do setor.
As empresas detentoras da maior fatia do mercado fazem o que bem entendem com os clientes, cobram o que querem e o que não querem. A falta de concorrência é extremamente danosa ao consumidor do transporte aéreo.
A reportagem destaca um caso entre dezenas que se assemelham. Uma viagem entre São Paulo e Brasília, trecho apenas de ida. Pela Latam, o valor é de R$ 1.549,82.
Quem achava que pela concorrente a Gol Linhas Áreas acharia um ticket por uma quantia menor, se enganou. Por extrema coincidência os mesmos, R$ 1.549,82.
O viajante sem alternativa muitas vezes tem que pagar, porém esta simples ponte aérea dentro do nosso território custar o equivalente a uma viagem para Europa, Estados Unidos e até mesmo Ásia, é caso para se pensar e questionar as autoridades e órgão reguladores.
O ex-secretário nacional de defesa do consumidor, Arthur Rollo apontou que há indicativos que levam a uma suposta formação de cartel.
O Brasil ainda está longe de ter uma real concorrência de mercado no setor aéreo, tão longe quanto o tamanho dos preços praticados. Para Rollo, é necessária uma apuração por parte do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) sobre esta concentração.
O serviço das companhias já não é lá essas coisas. Até porque paga-se para tudo: pela alimentação, despacho de bagagens, marcação de assentos.