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01/10/2014

Viagens de avião com bebês exigem cuidados especiais; tire suas dúvidas

Trocar fraldas, alimentar, distrair… as responsabilidades dos pais com um bebê são as mesmas a bordo de um avião ou em terra firme. A diferença é que, nas nuvens, há menos recursos para atender às necessidades do pequeno.

Por isso, é preciso embarcar preparado e, antes mesmo da viagem, tomar providências importantes para que o passeio transcorra num clima de tranquilidade, sem surpresas desagradáveis. A seguir, confira algumas orientações importantes para os papais que planejam embarcar em um avião.

A partir de que idade os bebês podem viajar?
O ideal é checar com a companhia aérea que você pretende utilizar antes mesmo de comprar a passagem. A maioria delas aceita bebês com pelo menos uma semana de vida. No entanto, os pediatras indicam que se espere mais tempo, a menos que o deslocamento seja uma emergência. “Até o terceiro mês de vida o bebê recebe vacinas importantes, que vão protegê-lo contra doenças comuns e graves. A partir dessa idade, ele poderá permanecer mais tempo em lugares fechados e com grande aglomeração de pessoas, como é o caso do avião, sem correr tantos riscos”, afirma o pediatra José Kleber Kobol Machado, doutor em pediatria pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).

Que documentos da criança eu preciso apresentar na hora de embarcar?
Para voos nacionais, basta a certidão de nascimento ou a carteira de identidade do bebê. Esses documentos são indispensáveis, ainda que o pequeno esteja acompanhado do pai e da mãe. Já em viagens internacionais, os documentos devem ser os mesmos de um adulto, ou seja, passaporte válido e até visto para a entrada no país, caso necessário. Também é recomendável carregar a certidão de nascimento ou o RG da criança, para comprovar a filiação. No caso de viagem internacional com apenas um dos pais, é preciso apresentar também uma autorização do responsável ausente, com firma reconhecida.

Getty Images

 

Bebês pagam passagem?
Crianças de até dois anos podem viajar no colo, de graça, na maioria dos deslocamentos domésticos. Voos internacionais geralmente cobram 10% do valor da passagem regular, mais a taxa de embarque. Porém, qualquer que seja o seu destino, o bebê só poderá utilizar a poltrona ao lado se ela estiver desocupada. Crianças a partir de dois anos já pagam uma porcentagem um pouco maior da passagem – entre 50 e 75% – mas ganham o direito de utilizar uma poltrona, onde os pais podem instalar a mesma cadeirinha usada no carro. E, segundo a pediatra Renata Waksman, do Hospital Albert Einstein, presidente do Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria, só a cadeirinha fornece a segurança necessária para os pequenos, principalmente se houver instabilidades. “Viajar com as crianças no colo é muito perigoso. No caso de uma turbulência, a criança corre riscos”, diz.

Qual é o melhor horário para viajar?
O ideal é voar no horário em que o bebê geralmente dorme. Em aeronaves grandes, que fazem voos internacionais, há berços que podem ser usados por crianças de até 11 quilos. Eles são instalados pelos comissários de bordo nos lugares com mais espaço no avião, aqueles que ficam logo após as divisórias da cabine. Para garantir esses lugares, o melhor é fazer a reserva do assento pelo site da companhia, telefone ou mesmo com o seu agente de viagem, com pelo menos 48 horas de antecedência. Além disso, é preciso chegar mais cedo ao aeroporto para garantir essa facilidade, antes mesmo do horário recomendado para o check-in usual.

O que eu posso levar na bagagem de mão?
Para alimentar o bebê, é possível carregar mamadeiras vazias e leite em pó em recipientes específicos, que dividem as porções de acordo com a quantidade que a criança está acostumada a tomar. O mais recomendado é preparar a bebida a bordo, com água mineral fornecida pela companhia aérea. Mamadeiras prontas poderão ser retidas no momento do embarque, já que é proibido transportar frascos contendo mais de 100 ml de líquido na bagagem de mão. Papinhas industrializadas lacradas geralmente passam na inspeção e são uma boa opção, caso a companhia aérea não forneça alimentação especial.

Thinkstock

 

Lenços umedecidos, pomada preventiva de assaduras, trocador portátil, fraldas de pano, fraldas descartáveis em quantidade suficiente para o período, uma ou duas mudas de roupa, uma coberta fina e brinquedos silenciosos também são indispensáveis. Se a criança estiver fazendo uso de algum medicamento, é preciso apresentá-lo no momento do embarque – quando é feito o raio X da mala – juntamente com a receita assinada pelo médico. Os demais remédios devem ser levados na mala despachada. “O carrinho pode ir até a porta do avião mas, depois, deve ser despachado junto com a bagagem”, diz Patricia Papp, autora do livro “Crianças a bordo: como viajar com seus filhos sem enlouquecer” (Pulp Edições).

Posso solicitar alimentação especial quando estiver a bordo?
Não mesmo. Nem todas as companhias oferecem um cardápio infantil e até mesmo aquelas que contam com esse diferencial pedem que a solicitação seja feita no momento da reserva. Também é importante saber que o serviço pode estar condicionado ao pagamento de uma taxa ou mesmo ao tempo de duração da viagem – se ele for inferior a uma hora e meia, o ideal é alimentar o bebê antes de subir na aeronave.

O que eu faço se o bebê chorar sem parar?
Em primeiro lugar, verifique se ele não precisa ser trocado, se não está com fome, sede ou frio. Feito isso, se a choradeira continuar, tente distraí-lo. “Leve brinquedos de que a criança goste e outros que ela ainda não conheça ou com os quais não brinca faz tempo. Isso vai ajudar a mantê-la entretida. Papéis, lápis e adesivos também são bem-vindos. Deixe os eletrônicos para último caso”, diz Patricia.

Outras opções de passatempos são: brincar tocando as partes do corpo da criança e nomeando-as, esconder objetos que estão à mão, fingir falar com pessoas conhecidas pelo celular ou mesmo oferecer um espelho de bolso, em que a criança possa ver sua imagem refletida. O cuidado mais importante, nessas horas, é não se contaminar pelo nervosismo ou impaciência da criança. “Os outros passageiros do avião serão mais tolerantes a bebês chorando do que a pais nervosos”, afirma Patricia.

Fonte: Uol

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