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03/08/2012

Aeroportos brasileiros receberam poucos investimentos nos últimos anos

Um dos principais fatores para explicar as dificuldades enfrentadas por passageiros nos aeroportos brasileiros é o baixo ritmo de investimentos nos últimos 11 anos. Filas, desconforto, instalações precárias, falta de mão de obra treinada. Enfim, nenhuma novidade quanto se trata de embarcar e desembarcar nas viagens aéreas. Difícil encontrar um passageiro que não tenha enfrentado problemas nos aeroportos.

A ineficiência da infraestrutura parece não ter fim e, nos últimos tempos, mais um teste para a paciência dos usuários: falta espaço para pousos e decolagens. A pior situação é a dos aeroportos de São Paulo. O de Guarulhos, o mais movimentado do país, está recebendo 45 pousos e decolagens por hora e a demanda é de 60 movimentos por hora.

Mesmo assim, o caixa da Infraero parece insensível a tantos maus tratos vividos por quem viaja de avião. Nos últimos 11 anos, a empresa gastou bem menos que o previsto no orçamento. Em 2000, os investimentos não chegaram a 85% do total, em 2005, não ultrapassaram os 70%, em 2011, pouco mais de 75% e, este ano, ainda não investiu nem 19%.

Especialista em transporte aéreo, o professor Elton Fernandes, aponta uma razão para o dinheiro ficar em caixa enquanto os brasileiros penam pelos aeroportos. “Nestes anos todos, o principal investidor e a responsabilidade é do estado. O estado foi ineficiente, não planejou, não foi bom gerente”, fala o professor da Coppe/UFRJ, Elton Fernandes.

A Infraero administra hoje 66 aeroportos e tem planejamento para todos eles. “Nossa meta para este ano é 85%. Nós já tivemos uma curva de produção bastante aumentada. Isso vai começar a aparecer neste próximo segundo semestre”, declara o diretor de engenharia da Infraero, Jaime Parreira.

Outro resultado difícil de entender. O número de passageiros não para de crescer. Só no mês de junho desse ano, aumentou 11%, em comparação com junho do ano passado e nos últimos cinco anos, as empresas aéreas anunciam prejuízos. Só em 2011, foi de quase R$ 1,5 bilhão.

“Uma oferta muito além da demanda gerando uma baixa ocupação. As maiores empresas brasileiras adotaram uma estratégia de frota padronizada e hoje têm baixa flexibilidade, quando cai a demanda de trocar o equipamento. Continua voando com equipamento de grande tamanho quando a linha já não tem uma demanda para aquele tamanho de aeronave”, completa o professor.

Fonte: G1

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