Por Luciana Atheniense
Nas férias de janeiro deste ano, eu e meu marido optamos por conhecer dois países da América do Sul: Peru e Chile. Confesso que fiquei impressionada com a infraestrutura e o desenvolvimento de Santiago, capital chilena.
Ficamos no Chile por apenas quatro dias, sendo que um deles seria destinado para conhecer as famosas cidades litorâneas: Viña del Mar e Valparaíso, cujo centro histórico foi declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO.
Antes de viajarmos, contratamos o pacote de um dia em site internacional, com ampla divulgação em nosso país. Fomos atraídos pelo valor do passeio e pela oferta dos serviços turísticos: transporte rodoviário até as cidades balneárias, guia profissional, visita aos principais pontos turísticos, além dos serviços de embarque e desembarque no próprio hotel.
Estas comodidades estimularam a contratação do passeio pelo preço “em conta”, apesar de sabermos que, em viagem de excursão, mesmo de um dia, o turista deverá seguir horários e roteiros previamente definidos pela empresa contratada.
No dia marcado, eu e minha família aguardávamos, pontualmente, a chegada do guia no hall do hotel. Mas, este chegou com trinta minutos de atraso. Naquele momento, não demos importância a este fato, pois acreditávamos que a “espera” não atrapalharia o passeio que tanto almejávamos. Entretanto, para nossa surpresa, o ônibus da excursão deslocou-se para mais uns quinze hotéis, que, além de distantes, ainda tínhamos que aguardar a chegada dos turistas “impontuais”. Essa demora exaustiva perdurou por quase duas horas e meia até conseguirmos nos deslocar até a rodovia, onde o ônibus, para nossa surpresa, teve que parar em um posto de gasolina para abastecer.
Durante o percurso até as cidades turísticas, o guia “profissional” não se dispôs a explicar sobre os atrativos locais, optando por ficar conversando com o motorista em sua cabine. Diante essa omissão, restou-nos recorrer às minhas anotações e reportagens que havia pesquisado no Brasil sobre as cidades que pretendíamos visitar.
Ao chegarmos a Viña del Mar, após conhecermos o famoso relógio florido, fomos direcionados ao restaurante definido pelo guia na costa da praia, “Las Salinas”. Não concordamos com essa escolha, pois, ficava distante do centro comercial. Assim, tivemos que andar uns três quilômetros em busca de outras opções.
Ao deslocarmos para a famosa Valparaíso, o guia nos informou que não teríamos tempo para subir até o famoso Cerro Concepción, que abriga o primeiro funicular (transporte público elétrico) da cidade, e que também não iríamos conhecer o museu “La Sebastiana”, a casa do famoso poeta Pablo Neruda. Apenas permitiu que tirássemos algumas fotos nos jardins do museu, onde conseguimos admirar uma bela vista da cidade.
Naquela ocasião, o guia já se mostrava aflito em retornar a Santiago, sob a justificativa de que temia deparar com um trânsito intenso no início da noite.
Após realizar esse passeio turístico “superficial”, confesso aos leitores que fiquei decepcionada em relação ao serviço contratado. Apesar de termos ciência de que a visita às duas cidades seria “breve”, tínhamos a convicção de que a empresa cumpriria, de forma satisfatória, com o roteiro turístico ofertado e que iríamos dispor de um guia “realmente” profissional, que nos transmitisse com embasamento e segurança fatos e curiosidades sobre os lugares visitados.
O passeio foi realizado de forma inadequada, cabendo à empresa contratada no Brasil responder solidariamente pelos serviços ofertados em seu site e executados pela sua parceira comercial no exterior.