Os gastos feitos durante uma viagem são imensos. É necessário pensar em transporte, estada, translado e passeios dentro do destino escolhido. Enfim, são várias coisas para se preocupar e se programar. Caso a excursão não seja planejada com antecedência, o viajante pode se deparar com preços exorbitantes, que chegam a ser 50% mais caros se procurados de última hora. Em épocas de alta temporada, como as férias de fim de ano e o carnaval, as redes de hotéis e de aviação têm mais procura. Portanto, quem deseja viajar durante esse período precisa começar a planejar para não pagar muito e ter mais conforto na hora de escolher os serviços utilizados.
“Planejar a viagem com antecedência é pensar em preço bom e comodidade”, destaca a fonoaudióloga Maria Carmen Teixeira. Ela se uniu a três amigas para participar da Meia Maratona de Budapeste (em inglês Budapest Half Marathon), que ocorreu domingo. A decolagem para a Hungria foi no dia 11 e, além da corrida, as companheiras vão passar 21 dias curtindo vários locais do Leste Europeu. Desde novembro do ano passado elas estavam planejando o passeio. Em março deste ano os hotéis foram reservados e em maio estava tudo programado. Os voos para ida e volta e as passagens para os transportes internos já estavam 70% pagos no dia do embarque.
Maria Carmen afirma, ainda, que, além de escolher os melhores locais, bem próximos a pontos onde ela e a amiga desejam visitar, o preço foi bem em conta. “Durante essas três semanas vamos gastar, cada uma, com todas as passagens de avião e as estadas, aproximadamente, US$ 4 mil. Se tivéssemos deixado para a última hora, acredito que pagaríamos muito mais e não íamos ficar em locais que nos dessem tanto conforto.”
O motivo para os preços serem mais baixos no caso da negociação com antecedência, principalmente em pacotes de viagens, tem explicação. Segundo o presidente da Master Turismo, Fernando Dias, “as agências de turismo compram e formatam esses pacotes com prazos extensos. Dessa forma, aqueles que prestam o serviço de viagem, como a hotelaria, estão seguros de que vão ter demanda e abaixam o valor da diária. Quanto mais próximo do dia esperado, como réveillon, mais caro fica, porque não há certeza de que todos os espaços vão ser preenchidos”. Fernando confirma que a pessoa pode pagar até 50% menos se planejar direitinho. “Uma outra opção é dividir o valor caso não tenha juros.”
As viagens empresariais também podem ser pensadas com antecedência. A diretora da Exodus Turismo, Virgínia Câmara, presta consultoria para as empresas sobre redução de custos das viagens. Ela afirma que, um dia que seja, faz toda a diferença na hora da compra. “Durante a última consultoria, mostramos, em números, como as passagens podem ficar mais baratas se forem adquiridas com antecedência. Uma empresa foi comprar passagens aéreas e todos os bilhetes, com nove dias antes da data marcada para decolagem, custaram R$ 225, e, com três dias antes, custaram R$ 448. Um impacto de quase 50%.”
Ela conta, ainda, que o ideal para se planejar uma viagem é com, no mínimo, três meses de antecedência, mas que as agências de turismo e os prestadores desse tipo de serviço fazem reservas e pagamentos com até 12 meses antes da data desejada. “O público que compra com antecedência são as famílias. Os jovens compram mais pela plataforma on-line”, destaca.
INTERNET A analista de mídias digitais Maria Luiza Gondim confirma a ideia de que as pessoas com menos de 30 anos têm esse costume de adquirir os pacotes virtualmente. “Vou passar a virada de ano em Buenos Aires e pesquisei pela internet. Faltam pouco mais de três meses e já estou com quase tudo programado. Até o fim deste mês estarei com tudo esquematizado.” Maria Luiza afirma ser metódica e que gosta de organizar tudo com antecedência. “As coisas feitas de última hora não saem do jeito que a gente quer. Durante uma viagem de sete dias para Florianópolis paguei cerca de R$ 600 no hotel, alguns meses antes. Chegando lá, constatei que uma diária estava mais do que R$ 600.”
Segundo o diretor-comercial do Hotel Terra Brasil, que fica na Praia de Pipa, uma das mais visitadas do Rio Grande do Norte, existe uma taxa fixa nas redes hoteleiras. “Trabalhamos com a redução do preço de 10%, negociado com, no mínimo, 60 dias antes da data estipulada. Caso esse prazo seja ultrapassado, o valor se torna flutuante e depende da procura. Se percebemos o interesse de muitas pessoas, aumentamos os preços. Agora, caso não haja muita procura, abaixamos o valor e, conforme o caso, fazemos até promoções, o que é muito difícil, por conta de a região atrair muitos turistas”, destaca.
Fonte: Estado de Minas