Um quarto de hotel tem alguns eletrônicos básicos, como a TV e o telefone, além dos próprios dispositivos que o hóspede carrega. Já imaginou hospedar-se em um lugar onde esses itens estivessem faltando? E de propósito?
Pois hotéis de luxo de fora do Brasil estão fazendo isso, a “diária detox digital”, para que amantes da tecnologia possam se desconectar.
O Renaissance de Pittsburgh (renaissancepittsburghpa.com ) lançou em 2011 um programa desse tipo: ao fazer o check-in, o hóspede deve deixar os eletrônicos na recepção. Celulares, tabletes, computadores (e até seus cabos!) devem ser entregues -mas, claro, não há punição para quem descumprir a regra.
O quarto também recebe tratamento especial: a internet é cortada e TVs e relógios são trocados por opções tec-free, como jogos de tabuleiro. O telefone tem suas funções reduzidas; apenas a conexão com a recepção é mantida.
O cliente precisa avisar logo na reserva que pretende tirar férias de seus equipamentos. Não é cobrado valor adicional -nem promocional. As diárias no Renaissance custam a partir de US$ 189 (cerca de R$ 432).
Também nos EUA, o Kimpton (kimptonhotels.com ), em Chicago, passou a oferecer o serviço em 2012 e reservou um quarto, a “tranquility suite”, a quem escolher a experiência. Com vista privilegiada, a suíte tem diárias a partir de US$ 319 (R$ 740), uma das mais caras do hotel.
No Westin, em Dublin, na Irlanda (thewestindublin.com ), além do confisco dos equipamentos, o hotel oferece serviços de relaxamento, como massagens. A diária, já incluindo o pacote (lançado em 2012), custa a partir de € 175 (cerca de R$ 541).
O Grand Cayman Marriott (marriott.com ), nas ilhas Cayman, oferece desde 2012 zonas tec-free. Equipamentos eletrônicos não são permitidos, mas cabe a cada hóspede visitar ou não essas áreas. Diárias a partir de US$ 254 (R$ 594). Já o Four Season Peninsula Papagayo (fourseasons.com/costarica ), na Costa Rica, promove uma experiência de 24 horas sem celular. Um guia com 24 coisas a fazer sem tecnologia é dado como incentivo. Diárias por US$ 475 (R$ 1.100).
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No Brasil, há algumas iniciativas em torno da inibição de eletrônicos, mas nenhum projeto utiliza a denominação detox digital, segundo Bruno Omori, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo. “Já vi, por exemplo, hotéis proibirem celulares em certas áreas”, diz.
Fonte: Folha de S. Paulo