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Notícias

03/09/2016

Minhas percepções sobre as Olimpíadas Rio 2016

Por Luciana Atheniense

No inicio deste ano, decidi comparecer aos jogos olímpicos no Rio de Janeiro, pois almejava desfrutar o mais importante evento esportista mundial. Confesso que estava uma pouco receosa, pois temia pela falta de segurança da cidade e tinha receio da infraestrutura preparada para este evento.

Os ingressos foram adquiridos em janeiro e optei por reservar minhas passagens aéreas em data mais próxima ao evento, com intuito de conseguir passagens promocionais. Esta minha expectativa tornou-se frustrada, pois próximo à data do evento deparei-me com tarifas exorbitantes comparáveis, até mesmo, com o valor de trechos internacionais! Indignada com este contexto, optei por realizar meu deslocamento até o Rio de Janeiro de ônibus.

Ao chegar ao Rio de Janeiro, fui conhecer o “Museu do Amanhã” localizado na Praça Mauá. Naquela ocasião, na porta do estabelecimento, tive ciência de que os ingressos só poderiam ser adquiridos online! Fiquei indignada com esta inusitada informação, já que naquele local a “internet” não funcionava de forma satisfatória e o museu não poderia se  negar a aceitar o pagamento em moeda nacional! O pagamento utilizando o cartão de crédito deve ser uma opção e não uma imposição, já que naquele momento, por comodidade e rapidez, eu estava disposta a pagar o meu ingresso em espécie! Vale esclarecer que o art 39 do Código de Defesa do Consumidor  trata este procedimento como prática abusiva em seu inciso   IX “recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento”. Vale esclarecer O Decreto-Lei 3.688, de 1941, chamado de “Lei das Contravenções Penais”, classifica como infração penal a recusa em receber, pelo seu valor, moeda de curso legal no País. Além da Lei 9.069, de 1995, que dispõe sobre o Plano Real, prevê que a unidade do  Sistema Monetário Nacional é o real, que tem curso legal em todo o  território nacional.

Assisti a dois jogos, em um mesmo dia, no Parque Olímpico. Precisei almoçar no local e fiquei assustada com o valor cobrado: um sanduíche simples, um refrigerante e um picolé por R$40,00! Não consegui compreender, até o momento, a justificativa para cobrança de tão alto valor, que não correspondia ao valor cobrado usualmente pelas nossas lanchonetes.

Apesar deste fato, fiquei feliz em constatar com a boa infraestrutura dos estádios, a pontualidade dos eventos e a eficiência dos voluntários olímpicos. Naquele dia, constatei que realmente temos competência para realizar este evento mundial, apesar das adversidades que assolam o nosso país.

À noite, optei por jantar próximo ao calçadão de Copacabana. A famosa praia estava linda e festiva! As pessoas, adultos e crianças, transitavam de forma tranquila, amparadas por uma ostensiva vigilância. A barraca onde jantei tinha uma ótima infraestrutura, com várias mesas e um cantor que estava em meu lado oposto. Devido à sua longa distância, foi impossível ouvi-lo. Ao realizar o pagamento, foi cobrado um valor referente ao “courvert artístico”! Não paguei este serviço, já que o local estava cheio e era impossível ouvir qualquer tipo de música que estivesse tocando no local. Vale esclarecer que o estabelecimento não informou, de forma prévia, que deveríamos pagar este valor.

Apesar destas minhas intervenções, gostaria de ressaltar que minha experiência como “turista olímpico” foi bastante gratificante! Nos últimos anos não conseguia sentir “orgulho” de nosso país, entretanto vi e convivi com turistas nacionais e estrangeiros, que como eu, conseguiram usufruir, de fato, os encantos da “Cidade maravilhosa”.

Sei que este sentimento de alegria e de “missão cumprida” é superficial e transitório, entretanto espero que nosso “povo sofrido e batalhador”  tenha a possibilidade de conseguir usufruir  de uma alegria não apenas vinculada a um jogo ou a uma medalha, mas, sobretudo, pelo sentimento de “ser brasileiro”.

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