Fiscalização do Ipem flagrou irregularidades em 44 de 237 equipamentos verificados. Em Guarulhos, balança chegou a registrar 7,5 kg a menos; quando o erro é para mais, pode afetar até a segurança do voo.
Quase 40% de balanças irregulares em Congonhas e 15% em Cumbica. Esse foi o resultado de uma operação surpresa feita pelo Ipem (Instituto de Pesos e Medidas do Estado de SP) na última quarta-feira, dia 13.
Ao todo, foram aferidas 237 balanças localizadas nos balcões de check-in. Destas, 44 apresentaram irregularidades, com valores para mais ou para menos. Além da implicação econômica ao passageiro, que pode pagar por excesso de bagagem, a situação pode ser mais grave. Nenhum avião deve voar com peso acima do estipulado no manual de operação.
“Voos internacionais geralmente decolam com grande número de passageiros e viajam com seu peso máximo. Se uma carga está irregular, pode haver uma má distribuição, e o centro da gravidade da aeronave pode se deslocar, levando, em determinados casos, a acidentes”, explica Carlos Camacho, diretor de segurança do Sindicato Nacional dos Aeronautas.
Durante a fiscalização, o resultado mais significativo foi em Congonhas, onde, das 37 balanças da amostra, 14 foram tidas como irregulares. No balcão da TAM, dos oito equipamentos verificados, cinco tiveram problemas. Um deles chegou a mostrar 3,6 kg a menos em uma pesagem de 5 kg. Já a Gol teve oito balanças (35%) classificadas como irregulares, de um total de 23.
Em Guarulhos, onde a manutenção é feita pela Infraero, foram encontradas 30 balanças desreguladas, de 200 avaliadas. O erro mais expressivo foi numa pesagem de 40 kg, -o painel registrou 32,5 kg. Na prática, o Ipem considera a forma de medição da balança para estabelecer o limite do que é irregular. “Se uma balança marca de cem em cem gramas e uma pesagem apresentar um erro a partir de 200 gramas, ela já é considerada irregular”, explica Paulo Lopes, diretor de metrologia legal e fiscalização do Ipem.
Notificadas, as empresas têm dez dias para responder e podem pagar multa de R$ 100 a R$ 1,5 milhão, dobrando em caso de reincidência.
O limite de bagagem em aeronaves depende do destino e da classe tarifária. Em geral, a franquia para voos domésticos engloba uma mala de 23 kg por passageiro. Já em voos internacionais, o limite por pessoa é de dois itens de até 32 kg cada. O valor do excesso de bagagem depende da empresa e pode atingir 1% da tarifa cheia por quilo excedente.
Fonte: Folha de S. Paulo