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12/02/2019

Uma experiência arriscada: “Montanha colorida”

Por Luciana Atheniense

No início deste ano, viajei com meu marido e nossos dois filhos menores (13 e 11 anos) para o Peru. Há vários anos, tinha vontade de visitar esse país, mas acabava optando por outro destino, em virtude do elevado preço das passagens aéreas.

Confesso que tive uma grata satisfação de conhecer essa terra, seja em relação às suas riquezas naturais e também a sua importância histórica.

Já sabia que teríamos problemas com a altitude ao visitar Cusco e regiões próximas. Ao desembarcarmos naquela cidade, fomos a uma agência de turismo local com o intuito de adquirir o passeio até a montanha “Winicunca”, também denominada como Cerro Colorado, Montaña de 7 Colores, ou para nós “Montanha Colorida”.

A opção desse passeio estava vinculada às lindas fotos divulgadas na imprensa, que apresentava uma montanha “colorida”, em virtude da reação de vários minerais à água e ao oxigênio.

Naquela ocasião, o vendedor se limitou a nos informar que o passeio era longo (das 4h30 às 19 horas) e incluía uma viagem de van até a cidadezinha de Pitumarca, onde teríamos o café da manhã e o almoço e, posteriormente, realizaríamos uma caminhada, de apenas uma hora, até encontrarmos a almejada montanha. Cientes dessas informações, contratamos o passeio, já que acreditávamos que a experiência seria inesquecível.

A viagem iniciou conforme o acordado, entretanto, começamos a constatar que a aventura incluía informações desconhecidas, como deslocamento em longo percurso em estrada de terra, com muitas curvas e com chuva. Ao chegarmos próximos ao local onde deveríamos iniciar nossa caminhada, percebemos que o trajeto era extenso, aproximadamente uns 15 km (ida e volta), impossível de ser realizado em apenas uma hora, conforme informado no ato da contratação. Essa distância tornava-se mais penosa em face da elevada altitude local (4.300 m), que seria atingida na base do mirante (5.200 m). Vale esclarecer que Cusco está a 3.400 m e Belo Horizonte a 852,9 m de atitude acima do nível do mar.

Fiquei temerosa, pois não tinha noção dessas informações e também da necessidade de levar roupas de frio e de chuva. O guia local apenas se limitou a fornecer um cajado para cada turista, para ajudar na longa travessia. Após 50 minutos de caminhada, eu e meus filhos sentimos necessidade de contratar o transporte de cavalos, oferecido por índios locais, mediante o pagamento de U$ 20 (vinte dólares) cada, pois ainda estávamos no início da trilha, o frio era intenso (em torno de 5 graus), chovia muito e a lama da trilha dificultava nosso deslocamento. Ao chegarmos próximos à Montanha Colorida, confesso que eu e as crianças ficamos pouco tempo, pois estávamos com dificuldade para respirar agravada pela exaustão do longo trajeto.

Durante o percurso de retorno, encontrei vários turistas que também padeciam dessa mesma exaustão. Ao chegarmos próximos à van, um morador local, ciente da limitação do meu filho, encaminhou-me para uma ambulância onde recebeu oxigênio e medicamentos, mediante a cobrança de uma consulta de U$ 80,00 (oitenta dólares). Ao sair do veículo, deparei com uma fila de turistas aguardando atendimento médico.

Relato esse fato com o intuito de alertar sobre os riscos que podemos sofrer em relação aos passeios que divulgam apenas a “beleza natural”, sem fornecer nenhuma informação prévia sobre os percalços enfrentados durante o passeio contratado.

Caso soubesse, de fato, dessas informações, acredito que não optaria por contratar esse programa, sobretudo acompanhada de crianças. Tenho que enfatizar que as montanhas realmente são coloridas e lindas, mas o percurso e a infraestrutura do local são nebulosos.

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